A Tortura

Tortura é a imposição de dor física ou psicológica por crueldade, intimidação, punição, para obtenção de uma confissão, informação ou simplesmente por prazer da pessoa que tortura.

Hoje, dia 10 de Janeiro de 2011, eu entrei para um seleto grupo de caras que suportaram extrema dor e sobreviveram pra contar história. Mas todas as seções de tortura que Rambo, James Bond e Jack Bauer sofreram em suas longas carreiras cinematográficas nem chegam aos pés a que eu fui submetido nessa linda tarde de segunda.

Amanhã eu vou viajar pra praia, e como eu sei que é proibido animais na areia eu resolvi me depilar pra não ser confundido com um urso. Tive a brilhante idéia de depilar com cera quente, pensei: “nem deve doer tanto assim, se até as mulheres fazem essa porra, vai ser fácil pra mim!” N- (Acredite, nunca esse “n” fez tanto sentido numa frase!)

Você já viu o filme O Albergue? Se os assassinos tivessem torturado as vítimas com depilação invés de furadeiras e maçaricos fumegantes seria muito mais cruel, acredite.

Eu nunca pensei que fosse sentir uma dor maior que a de um chute no saco ou de uma traição (hmm... kkk), mas a depilação com cera é muito foda, dói demais. Só de pensar que eu paguei 15 reais pra mulher me torturar desse jeito, acho que ela deviria ter me dado dinheiro porque né...

Eu tinha tantos pelos nas coxas que parecia que eu vivia usando uma meia calça preta e desfiada, imagina isso de sunga, todas as gatinhas iam correr de mim na praia, teria que entrar no mar de calça jeans pra não assustar ninguem. A psicopata que eu chamei pra me executar me depilar é minha antiga babá, ela trabalhava na minha casa quando eu tinha uns 9 anos, pensei que por ela me conhecer ela ia fazer a parada com carinho, então eu me sentei, respirei fundo e pedi para ela esperar um pouco.

Fui no meu esconderijo de biritas e bebi bastante vodka pura, meu amigo disse que o único jeito de encarar uma coisa dessas é bêbado – Eu deveria ter bebido mais.

Enfim, eu estava moderadamente bêbado e a mulher parecia estar com sede de vingança por todas as bagunças que eu aprontei quando moleque. Me sentei novamente e ela veio com a maldita cera. Só dela espalhar aquilo na minha perna já me deu uma sensação de que aquela merda não ia prestar.

Ela colocou a “coisinha” de tirar a cera (e os kilos de pelos) sobre a minha perna, até ai tudo bem AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – Ela puxou de uma vez, ela pos a porra do troço na minha perna e puxou, e nem falou “1, 2, 3 e já...”, é sacanagem não falar o “1, 2, 3 e já...”. Estava lá todo feliz, e de repente ela me dá um susto desses... Mas o susto é o de menos, nem precisa falar na dor de 1 zilhão de pelos sendo arrancados de uma só vez. Confesso pra vocês que eu nunca gritei tanto assim na minha vida, mas eu gritei porque eu tava bêbado né.

E foi assim, puxada depois de puxada, grito após grito. No meio da tortura eu estava delirando e falando “Meu nome é Bond, James Bond...”, e mesmo com esses momentos de sofrimento minha mãe insistia em filmar esse fato sofrível da minha vida.

Depois de hoje eu nunca mais falo que mulher é sexo frágil, porque tem que ser muito macho pra agüentar uma coisa dessa. Todo mundo sabe que dói, eu sabia que doía, mas nem imaginava o quanto. Parecia que a cada puxão a minha alma saia junto com a cera, nunca mais eu faço uma loucura dessa. VOCÊS VÃO TER QUE CONVIVER COM O TONY RAMOS AQUI! Beijos!